Vivemos em comunidade desde o início dos tempos. Qual a novidade?

Um ponto muito importante sobre o trabalho com comunidades empresariais é saber que comunidades são tão ou mais antigas que seres humanos. É fundamental saber disso para
1) saber que não estamos "inventando a roda";
2) fortalecer nosso trabalho com esse conhecimento; e
​3) entender que viver em comunidade é uma experiência que só vai fortalecer as relações humanas dentro e fora das empresas. 

Por isso fizemos este material, para deixar mais claros os conceitos e fundamentos em que se originam os trabalhos atuais em torno de comunidades empresariais. Ele pode ser útil tanto para quem ainda está buscando entender o que é a área como para quem já está trabalhando como community manager. Vamos lá?

O que é uma comunidade?

Uma comunidade é um grupo de seres vivos que convivem de forma próxima em um ambiente comum, interagem e, geralmente, colaboram entre si para evoluir. Na biologia, o termo biocenose representa uma "comunidade biológica": a associação de comunidades que habitam uma região. 

O que é comunidade no contexto humano contemporâneo?

Entidade com a qual as pessoas se identificam e em que partilham bens e experiências, independente de laços familiares. Para mantê-la viva, integrantes compartilham, colaboram e apoiam uns aos outros. Comunidades são marcadas pela conexão 1:1, mas também se fortalecem com a conexão 1:n.

Como as comunidades começaram no contexto de empresas de tecnologia?

Com raízes nas comunidades orgânicas de gamers e de desenvolvedores, as comunidades de profissionais, de empreendedores e de clientes de startups se fortaleceram no início dos anos 2000.

O que é comunidade corporativa ou empresarial?

Comunidades "não orgânicas", iniciadas e mantidas por empresas para fomentar colaboração e conexão entre pessoas de seus times, potenciais novos colaboradores, clientes e potenciais clientes, além de pessoas de outros grupos, comunidades e ecossistemas de interesse da empresa e das pessoas que fazem parte da comunidade.

É possível usar uma “abordagem” de comunidade em áreas diversas, como marketing e engenharia?

Claro! Qualquer área profissional pode ampliar a entrega de valor da sua empresa com uma abordagem de comunidade. Para isso, é preciso fomentar colaboração para que as pessoas ajudem umas às outras, numa relação ganha-ganha.

As interseções com áreas como Marketing e Sucesso do Cliente são mais intensas devido ao uso de recursos como conteúdo, eventos e reuniões específicas. Mas a abordagem de comunidade servem para várias áreas. Conheço um agilista que usa recursos de comunidade para aumentar a produtividade e o engajamento dos times.

O importante é não fazer isso “de fora”, mas como parte da comunidade, como membro dela. Aqui sugestões de perguntas para checar se isso está acontecendo é: eu crio canais de colaboração para acelerar criação e melhoria de produtos, serviços e processos com ajuda dos membros da comunidade? Eu recompenso as pessoas por essa ajuda? Eu uso eventos e outras ações para acelerar produtividade e as trocas de informações entre as pessoas? Eu participo de eventos criados por membros da comunidade ou só organizo eventos para eles? O conteúdo que produzo também serve para o meu dia a dia ou só para outras pessoas? Eu dou condições e apoio para que as pessoas acelerem trocas entre elas com canais e eventos que elas mesmas criem? As relações que crio são ganha-ganha ou alguém sai perdendo ou sem ganhar nada (seja ganho subjetivo, simbólico ou financeiro)?

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Referências:
* Livro Sapiens - Yuval Harari
* Livro Startup Commuities - Brad Feld
* Artigo A Short Origin of Community Management & How I Define it Today - Carter Gibson
* Informações do Site Brasil Escola e da Wikipedia sobre comunidades biológicas